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A solidão dos professores (capítulo I)


Se pesquisarmos em inglês na internet algo sobre a solidão dos professores, encontraremos milhares de artigos e publicações dedicados a esse tema, provenientes quer do Reino Unido, quer dos EUA, quer doutros países de língua inglesa.

Se a nossa pesquisa for em espanhol, sucede exatamente o mesmo. Há muito quem se dedique a estudar e a escrever sobre esse tópico, seja em Espanha, seja nos países da América Latina.

Se formos pesquisar em francês, iremos verificar que este é igualmente um assunto bastante debatido, inclusivamente, há publicações de grande circulação, como o Le Monde, Le Parisien ou o Charlie Hebdo, que lhe dedicaram reportagens e artigos muito detalhados.

Emmanuel Daviddenkoff, editor-chefe do Le Monde, foi professor durante uns anos e disse numa entrevista que “ce qui m’a le plus frappé c’est la solitude des enseignants”.

 

https://www.cairn.info/revue-cliopsy-2016-2-page-41.htm

 

Já se a nossa pesquisa for em português, deparamo-nos com uma estranha situação, há imensos artigos e publicações oriundos do Brasil, mas nada, ou quase nada, com origem em Portugal. Não se sentirão os professores portugueses sós?

 

https://educacaointegral.org.br/reportagens/solidao-e-o-sentimento-mais-comum-entre-professores/

 

Ainda para mais, o pouquíssimo que encontrámos publicado em Portugal, relaciona a solidão dos professores apenas com questões sociais, políticas e sindicais associadas à carreira profissional, e não propriamente com questões do foro psico-emocional.

Significa isto, que em Portugal, apenas se escreve (e pouco) acerca da solidão da classe docente a partir de uma perspectiva coletiva e nunca, ou praticamente nunca, a partir de uma perspectiva individual.

São coisas completamente diferentes. Uma coisa é a classe docente como um todo coletivo sentir-se solitária, ou seja, não se sentir ouvida pelos seus governantes ou não sentir que a importância do seu trabalho é socialmente reconhecida. Outra coisa totalmente distinta, é cada professor enquanto indivíduo estar ou sentir-se emocionalmente só, não apenas como profissional, mas também como pessoa.

 

Um dos filmes mais interessantes dos últimos anos, “Mais uma rodada”, fala-nos precisamente dessa solidão individual dos professores.

Segundo a teoria de um filósofo sueco, nascemos com um défice de álcool no sangue de 0,5 por cento, o que faz com que tenhamos em nós uma certa melancolia. Para resolver o “problema”, sugere que se consuma diariamente a dose de álcool em falta e assim se reencontrar o equilíbrio.

Quatro professores de um liceu da Dinamarca decidem testar a teoria e começam a beber todos os dias. Sentem-se bastante mais felizes, desinibidos e corajosos, o que os ajuda nas suas relações pessoais e profissionais. Quando um deles desafia os companheiros a beber mais um pouco de maneira a maximizarem os efeitos, as coisas depressa ficam fora de controlo.  


Ao fim e ao cabo, na sala de aula, um professor é como se fosse um solitário ator em palco. Um ator com um papel bem definido e com os papéis de quem tem à sua frente também eles muito bem definidos, ou seja, o professor está ali para ensinar, os alunos, que são o seu público, estão ali para aprender.

Só que nessa peça, nada se passa como num teatro, nem as comédias, nem as farsas, nem os dramas. Ao contrário do que sucede com um ator no teatro, ao professor não lhe compete apenas atuar, tem também de escrever a peça, protagonizar os diálogos, pensar na disposição do cenário e responsabilizar-se por tudo o que sucede durante a sua atuação, inclusive pelo seu público.

 

Para além do mais, os alunos, o seu público, não se limitam a ser como os espectadores num teatro, ou seja, a estarem sentados e a assistirem tranquilamente à representação. Intervêm, boicotam, colaboram, riem-se a propósito e a despropósito, choram, falam e, fundamentalmente, existem.

Estão ali na sala de aula, fazem-se sentir, não são elementos indistintos de um público teatral imerso na escuridão de um balcão, de um camarote ou de uma plateia.

Por fim, no teatro, quando desce o pano, termina a atuação. Já um professor, tem de continuar a dar espetáculo muito para lá do tempo que dura uma aula.

 


Por tudo isto, é de concluir que a solidão de um professor na sala de aula e para lá dela, é muito mais profunda e intensa do que a de um ator num palco teatral.

 

Aqui chegados, temos de fazer uma importante distinção. Há dois tipos de solidão, ou seja, “estar só” e “sentir-se só”. O que não são de todo em todo a mesma coisa. “Sentir-se só” é sentir-se abandonado, algo que pode ser terrível. “Estar só”, por outro lado, pode ser um momento precioso, uma oportunidade para nos recolhermos e nos reencontramos connosco mesmos.

Há quem queira e precise de estar só para se reencontrar consigo mesmo, o que provavelmente não há, é quem precise ou queira sentir-se só.

Em nosso entender, saber “estar só” é uma condição imprescindível para se ser professor. Insistimos, não estamos a falar de “sentir-se só”, isso é outra coisa, diferente e pior. Estamos a falar de “estar só”, ou seja, de conseguirmos encontrar aquele ponto inviolável em nós mesmos no qual sabemos quem somos, como agir, o que queremos e o que temos para dizer.

 

Há uns anos, foi inventada uma prova de avaliação de conhecimentos e capacidades (PACC) para que os professores pudessem ingressar na carreira docente, uma parvoíce pegada que rapidamente desapareceu. Contudo, a verdadeira prova de ingresso na carreira docente, deveria ser uma pergunta que cada um coloca a si mesmo: serei capaz de saber estar só? Serei capaz de nos momentos de maior pressão encontrar aquele ponto em mim em que sei quem sou, como agir, o que quero e o que tenho para dizer?

 

Numa sala de aula, não é fácil saber-se estar só, há sempre muita gente e muitas coisas a acontecer, se nos deixamos levar e nos descentramos e desconcentramos, perdemos o norte, quando não a cabeça. Se nos deixarmos levar, rapidamente deixamos de saber quem somos, o que queremos, como agir, o que temos para dizer e, a bem dizer, o que estamos ali a fazer.

Há quem perca a cabeça e grite e esbraceje e ninguém lhe liga nenhuma e há quem perca a cabeça e grite e esbraceje e imponha uma férrea disciplina. E depois há quem consiga ser quem é, querer o que quer, agir e dizer o que tem para dizer. Esses são os que sabem estar sós diante do seu público.

 

Talvez a solidão de um professor na sala de aula, só possa ser comparada à de um guarda-redes no momento do penálti. O grande escritor austríaco Peter Handke (Prémio Nobel em 2019) escreveu um romance que se intitula “A Angústia do Guarda-Redes Antes do Penalty”.



Num penálti, um guarda-redes sabe que está só. Sabe que a probabilidade de ter sucesso é pouca. Pode suceder, mas o mais provável é que não aconteça, mas ainda assim, pode mesmo acontecer.

Num penálti, um guarda-redes olha para a sua própria equipa e para os adeptos que o apoiam, e sabe que nem mesmo esses acreditam verdadeiramente nele, têm apenas uma vaga expectativa que consiga fazer qualquer coisa.

Num penálti, o guarda-redes vê nos rostos de apoiantes e adversários, que todos pensam o mesmo, que o mais certo é que ele não consiga efetuar a defesa.

Num penálti, o guarda-redes sabe que nesse instante só conta consigo mesmo. Sabe que para efetuar a defesa, tem de se centrar e concentrar ao máximo e abstrair-se do que dele pensam todos os que o rodeiam.

Sabe que tem de encontrar em si mesmo um ponto inviolável. O ponto em que se encontra consigo mesmo e está absolutamente só para poder tomar a decisão certa, lançar-se para esquerda, para a direita ou permanecer estático ao centro.

Abaixo uma foto de Lev Yashin, o mítico guarda-redes da URSS a quem chamavam o Aranha Negra por ser inabalável, manter sempre a cabeça fria, equipar de preto e os seus braços conseguirem chegar tão longe quanto os de uma aranha.



Nos momentos decisivos das nossas vidas, estamos na mesma situação que o guarda-redes antes do penálti, estamos como numa sala de aula, ou conseguimos encontrar esse ponto inviolável em nós que nos permite tomar a decisão acertada, ser quem somos, dizer o que temos a dizer e agir, ou se porventura não conseguimos, deixamos de saber o que estamos a fazer e ficamos à mercê das pressões dos outros, ou seja, do público.

 

Na escola como na vida como no futebol, o público podem ser os colegas, os alunos, a família, os amigos, os vizinhos, os chefes…em síntese, muita gente. O público pode estar lá para nos apoiar, para nos aconselhar ou para nos vaiar, mas isso para o caso tanto faz. O certo é que, se não conseguirmos estar absolutamente sós, o público vai sempre condicionar-nos e o mais certo é que percamos o norte, decidamos mal e não consigamos defender o penálti.

 

Afinal de contas, era isso o que já todos esperavam, que não conseguíssemos encontrar esse ponto em nós em que estamos absolutamente sós. Esperavam que os gritos, os apoios, as pressões, os conselhos e as vaias acabassem por nos distrair e falhássemos a defesa.

 

As probabilidades já eram poucas, nós para mais desconcentrámo-nos e lançámo-nos para a esquerda tendo a bola entrado lentamente junto ao extremo oposto, junto ao poste direito da baliza. Golo, um a zero a nosso desfavor.

 

Por hoje findamos, mas amanhã continuaremos com o capítulo II sobre a solidão dos professores.

 

Deixamos-vos uma canção do Paulo de Carvalho. Não fala nem de professores, nem de atores, fala sim de cantores e de palcos. A canção começa assim:


Gostava de estar aí

A ver o que se passa aqui, no palco

P'ra não fazer juízo errado

Pois isto de cantar

É muito mais difícil

Cá deste lado

 

Às vezes vocês daí

Nem sonham o que vai p’ra aqui, no palco

Nem pensam que na vossa frente

Quem canta, quem vos diz as coisas

Também é gente

 



 

 

 

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